Gosto
muito de uma série de televisão chamada Os Pioneiros que conta a
história da luta de uma família para se estabelecer em um povoado chamado
Walnut Grov, no final do século 19. São os Ingalls. O chefe desta família
chama-se Charles Ingalls, sua esposa Caroline e as filhas Mary, Carry, Laura e
Grace. Eles passaram por muitas dificuldades, enfrentando animais perigosos,
índios, o clima muitas vezes não favorável e toda sorte de perigos.
No episódio “100 Milhas”, as
coisas pareciam correr bem aos Ingalls até que uma tempestade arrasa a sua
lavoura de trigo. Eles haviam investido tudo nessa cultura, por isso Charles e
alguns outros agricultores que passavam pelo mesmo problema decidiram partir em
busca de trabalho, acabando por consegui-lo em uma pedreira. Enquanto os homens
marretavam e dinamitavam pedras enormes, Caroline convenceu as mulheres de
Walnut Grove a se unirem para colher o que restava do que foi cultivado pelos
seus maridos e destruído pelo vendaval. Porém uma das mulheres começou a jogar contra, dizendo coisas como: “não vamos conseguir”! Ou “É muito difícil pra mulheres realizarem a colheita de uma
lavoura arrasada pela tempestade”. Caroline disse então, que fariam do
mesmo jeito que Rute fez: Entrariam no campo, e
iriam respigar, enfeixar e debulhar o trigo. Depois de fazer todo esse serviço
iriam vender o cereal e saldar as dívidas contraídas.
Enquanto as
outras mulheres trabalhavam com dedicação, a mulher
negativista estava sempre reclamando de
dores, do peso, da falta de um homem para fazer a parte pesada e todas as
dificuldades que elas estavam enfrentando. Porém existiam aquelas que com coragem se lançavam ao campo sem reclamar e acreditavam que no final tudo daria certo.
Fiquei pensando que isso ainda é muito
comum, principalmente na igreja. Quando alguém se dispõe a fazer alguma coisa
fora do que é habitual, em benefício do grupo, não é raro surgirem
pessoas que como aquela mulher negativista jogam contra, dizendo coisas
como: "Deixa como está", "Não vamos inventar moda" ou
ainda: "Eu lidero esse departamento há anos e não invento moda e é por
isso que estou aqui”. Outras estão sempre reclamando, achando que não está
bom, mas não fazem nada para que as coisas melhorem. Reclamam da mesmice, mas
não tomam uma iniciativa para que ocorra a mudança. Creio que não é pela
vontade de que as coisas não dêem aconteçam de forma satisfatória, e sim pelo
medo do novo, da mudança ou até mesmo da frustração de se arriscar e no final
não conseguir alcançar o objetivo. Sempre vão existir pessoas presas ao medo do
novo a ponto de não perceberem que o maior obstáculo para o obtermos sucesso
está em nós mesmos e que nada acontece se não mudarmos. Sempre vão existir pessoas
achando que a idéia é ruim, que não adianta expô-la porque não vai ser aceita.
Isso porque gente assim não tem coragem de tentar e ao mesmo tempo, tem
medo que outra pessoa ao tentar, faça de modo tão eficaz que ela, a
negativista, seja vista como incompetente. Ela tem medo de ser extinta por
falta de mudança por isso não permite que ela surja por intermédio de outras pessoas.
Os negativistas estão sempre perto dos que querem mudar.
Ainda bem que Caroline Ingalls e as mulheres seguiram o
exemplo de Rute (Rete 2. 1-23). Elas entraram no campo, elas respigaram, não
com tristeza, mas com alegria. Não trabalharam desanimadas e sim com
determinação e confiança. Essas mulheres não disseram: "Não vai dar
certo". Elas estavam prontas para o novo. Elas não tiveram medo do
fracasso. Não deixaram pra lá, esperando que os homens chegassem e fizessem o
serviço deixado para trás. Olhos descrentes não as intimidavam, ao contrário,
em cada palavra negativa estava implícito um incentivo para continuarem a
trabalhar. Assim agem as mulheres virtuosas.
Ainda bem existem mulheres como Caroline Ingalls, que convocam
que reúnem, que
lideram
e entram no campo com suas lideradas. Ainda bem que existem mulheres como as
determinadas amigas de Caroline que aceitam a convocação, abraçam a causa,
trabalham e fazem parte da mudança. Mulheres que entendem que o medo do
fracasso é que nos impede de sermos um sucesso. Por isso seu trabalho prospera.
Elas saem do lugar, se movimentam e curtem a aventura que é tentar o novo.
Na Paz.
Por Dilma Dias de Almeida